domingo, 30 de junho de 2013

Diálogos pra que te quero...


José Maclecio de Sousa
Ontem comprei um livro de poesia, Quintana, Da preguiça como método de trabalho. Num intervalo, havia, sobre o Diálogo. Mais ou menos, discorria que era a intercalação do tempo  entre dois interlocutores. Que temos feito, senão, isto?! Uma gestação da gestão eficiente da palavra, sobretudo, do outro, que sempre sendo o problema e o incorrigível deve ser alvo da nossa ação iluminada de estimular e aceitar sua fala. Dosando adequadamente os silenciamentos, não em vista da necessária escuta e aceitação do outro epistêmico - no sentido frereano, que seja capaz em sua leitura legitima de mundo de contribuir com a autoria coletiva da necessidade do novo mundo "entrenós" - mas porque é uma forma de controle, dosagem, canalização de energias, simplificação didatizada do processo educativo, pseudo-democrática, pseudo-dialógica. Trazendo em Freire, o meu assunto, junto ao Quintana, modifico a conversa. Posso, Quintana? Vem com a gente Paulo? Começo por sugerir e nos colocar com os dois interlocutores do poeta. Sem mais dizeres, ouvindo eles. Esperando a intercalação. Compreendendo o jogo de inter-calação. Seria possível tirarmos o intervalo? Pedimos, falem ao mesmo tempo, por favor! Como assim não nos entenderíamos, diriam. Pois, bem. Peço que re-digam o que o seu par interlocutor disse. Ops! Não consigo, estava a preocupar-me com a importância da minha fala. Pois que refaçam o dizer novamente. Desta vez, ouçam o outro. O fizeram. Mário e Paulo, permanecem mudos, olhando o ocorrido, entreolhando-se. Os interlocutores, um por vez se pôs a falar, e sabendo que re-diziriam se puseram numa escuta atenta do Outro. O que se percebeu disso, uma compreensão/interpretação do Outro, e por assim paulatinamente, uma aproximação de diferentes em termos de um mesmo assunto, que pouco a pouco ampliou-se, pouco a pouco tornou-se outro, educativo pois. Dialógico. Nesses termos, dizemos da Dialógica uma busca pelo Diálogo verdadeiro que Freire teceu em seus livros e em suas vivências políticas de educação. Nesse sentido político, é transformador, inclusive do nosso próprio conteúdo em relação aos desafios de mundo vivido. Na sua versão poética, é uma animação verdadeira das falas e dos encontros, revelando a boniteza do encontro com o Outro. Seriam estes os contributos da Dialógica Freireana para Educação, em particular para a EaD, compreender melhor os nossos enlaces políticos e estéticos educativos para melhor ensinar-aprender, por assim dizr Ser Mais Dialógico. =)

Dialogicidade e Paulo Freire: as possibilidades para a EAD

O diálogo na concepção freiriana é aplicável a qualquer modalidade de ensino, pois tem no seu ideal a aproximação professor e aluno e o desenvolvimento de uma relação igualitária na construção do conhecimento. Para a EAD, entendermos o que Paulo Freire coloca sobre diálogo torna-se fundamental para que se consiga ultrapassar as barreiras da distância e o processo de aprendizagem ocorra da melhor maneira possível.
Quando Paulo Freire coloca que o diálogo só pode existir se houver humildade isto implica em dizer que é necessário ser desenvolvido aspectos de respeito e colaboração entre os estudantes em espaços como fóruns, chats e outros trabalhos desenvolvidos em grupo no ambiente virtual.  
Ao falar sobre ter fé nos homens e relacionando este pensamento de Paulo Freire com a EAD, implica em acreditar que todos são capazes de chegar mais adiante não subestimando-os e a cada momento provocando-os, por meio de valorização de seus conhecimentos e questionamentos para que os mesmos possam continuar a criticar seus conhecimentos e construir novos o que irá proporcionar inclusive a capacidade de aprender a aprender e a autonomia. Ao falar de esperança na pedagogia freiriana relaciona-se esta a percepção de cada um sobre a consciência do inacabamento e da necessidade da interação coletiva entre as pessoas para que possam desenvolver-se. Na EAD é fundamental a compreensão do inacabamento, de que não se é detentor de todo conhecimento e exatamente por isso deve interagir com o grupo e tutor para construírem juntos o conhecimento a ser discutido.
Os elementos colocados por Paulo Freire não acontecem de maneira isolada, estão imbricados e acontecem paralelos, assim na EAD é necessário desenvolver estes aspectos não como habilidades isoladas e sim como elementos essenciais para o processo de aprendizagem durante todo o seu percurso no curso.

segunda-feira, 24 de junho de 2013


Prática educativa libertadora e a Ead

O Método Paulo Freire, como ficou conhecido no Brasil e no mundo inteiro,
trazia uma inovação em sua proposta política-metodológica, pois não utilizava as
conhecidas cartilhas, tão comuns para alfabetizar naquela época e sim trabalhava com
palavras surgidas a partir do próprio universo do vocabulário dos educandos e com
temas geradores.
Tal Método ansiava que o adulto analfabeto a partir da leitura de uma palavra
pudesse, também, fazer uma leitura do contexto sócio-econômico e político no qual
estava inserido e para isso acontecesse muitas questões eram discutidas nos Círculos de
Cultura. Através de uma relação de diálogo os educandos ampliavam a compreensão da
realidade na qual viviam e com isso sentiam-se motivados para transformá-la.
“Politicidade do ato educativo” era o princípio que Paulo Freire defendia baseado em
seu pensamento no qual acreditava que a educação é um ato político.
Conscientizar através de uma relação dialógica entre educando e educador
tornou-se o fio condutor do processo de alfabetização de Paulo Freire. Promovendo uma
prática educativa libertadora, o conhecimento era produzido pela conscientização do
educando, partindo de uma análise crítica de sua realidade.
Podemos perceber a grande contribuição da teoria freiriana para a educação. A Ead deve ser um solo fértil para um prática educativa libertadora. Em que diferentes contextos vivenciados pelos alunos seja palco de discussão e reflexões quanto a política e a educação.

domingo, 23 de junho de 2013


ROTINA DE TUTOR

Quando fiz o curso de tutoria, a primeira atividade ao qual fui solicitada fazer foi um cronograma de atividades. Para sistematização das ações elaborei uma tabela com as as atividades do curso. 
Inicialmente não compreendia a funcionalidade daquela atividade, considerava que era apenas uma forma de controle do tutor. Porém a prévia organização dos horários auxiliava as minhas ações como aluna e posteriormente como tutora. 
A rotina passou a ser uma grande aliada para realizar as minhas atividades. Isso por que passei a organizar melhor as minhas atividades da semana. Distribuindo de forma homogênea o tempo e a dedicação em cada atividade.
No SOLAR os assuntos estão previamente disponíveis para os alunos, sendo necessário do tutor o acompanhamento contínuo e pontual das discussões no Fórum e Chat, assim como as devolutivas dos portfólios, blog  e etc.
Por fim, a rotina para o tutor é essencial para o desempenho de suas atribuições, haja visto as muitas atividades que envolve o seu trabalho.









segunda-feira, 17 de junho de 2013

Olhando de Perto...

Sobre os elementos da dialogicidade sugeridos por Paulo Freire, reitero a importância do  diálogo. Ah o DIALOGO... “é este encontro dos homens [e mulheres], mediatizados pelo mundo para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. Esta é a razão porque não é possível o diálogo entre os que querem a pronúncia do mundo e os que não a querem; entre os que negam aos demais o direito de dizer a palavra e os que se acham negados deste direito”. Sem sombra de dúvidas o diálogo vem dar suporte a todos os demais elementos uma vez que para ter amor é necessário saber ouvir. O Tutor deve banhar-se de humildade para poder ver no outro as dificuldades que o impedem de realizar as ações sugeridas e mediar as situações de conflito não permitindo que o participante desista do curso. Reconhecer no outro uma possiblidade e vê-lo como esperança de que irá continuar o processo de aprendizagem. Como querer que o aluno tenha senso critico se o tutor muitas vezes é intolerante ao outro e não tem aquele cuidado de pelo menos ouvir o que aconteceu para fazer uma possível mediação com êxito. Em minha prática como tutora busco o diálogo como fonte de saída para qualquer dificuldade que se apresenta. Abraços

Na Era digital como aprendem os que ensinam?

Olá pessoal, em tempos de internet e aprendizado em rede falar em educação on line é uma forma de se pensar na democratização das formas de ensinar. Segundo Barros (2010), o tipo de aprendizagem que ocorre no espaço virtual é aquele que se inicia pela busca de informações. E aprender a buscar informações e geri-la é uma capacidade muito importante para o processo colaborativo.  E trabalhar com o tempo e o espaço nas atividades de tutoria é um desafio para todos os envolvidos. Aprender e ensinar nos ambientes virtuais deveria ter como pressuposto principalmente o atendimento das individualidades dos estudantes.  Diante do entendimento de como o cursista faz a gestão do seu tempo torna-se relevante para o sucesso ou não da participação do cursista no processo. Dai é de suma importância que o tutor também tenha esse olhar para os detalhes da vida do participante devotando-lhe oportunidades para acompanhar todas as ações pedagógicas envolvidas. Se o cursista aproveitar o tempo terá sucesso uma vez que não acumulará as atividades propostas. E importante também o Tutor falar um pouco sobre sua experiência de gestão do tempo como fator de sucesso na aprendizagem. O envolvimento do cursista deverá ter foco na experiência dele em utilizar o tempo com sabedoria. Sugiro sempre o máximo de aproveitamento do tempo para sucesso de qualquer curso. Abraços!

Principais ações didáticas para o bom desenvolvimento de uma disciplina.

A seguir elencamos algumas ações didáticas para o bom desenvolvimento de uma disciplina.  A fim de nortear as ações didáticas de um tutor, para que possam refletir como exemplo para o aluno, é necessário que estejam presentes o compromisso no envolvimento, planejamento e acompanhamento do mesmo desde  a participação nas atividades de capacitação promovidas pela instituição até a finalização.
 O tutor  deve compreender sua função como mediador no processo de ensino com foco no desenvolvimento da autonomia do aluno.
Vale ressaltar aqui a importância de uma boa formação inicial para os tutores bem como sua boa participação. É ele que vai fazer a mediação da aprendizagem durante todo o processo de formação.

Esse aprendizado do tutor refletirá numa boa prática onde ocorrerá uma boa orientação, organização do tempo, atualização no ambiente virtual, na comunicação efetiva entre a turma e a promoção do envolvimento dos participantes quando na construção colaborativa do conhecimento.
Essas ações irão colaborar para a construção do aperfeiçoamento profissional do tutor.
Durante o processo é dado destaque ao tutor enquanto estimulador da promoção dos participantes nas atividades sugeridas, na compreensão da necessidade de sempre motivá-los para a  construção da própria aprendizagem chamando atenção para que  possam se dedicar mais aos estudos; esclarecer sobre as propostas das atividades diárias, o tempo previsto para a resolução das atividades, as orientações sobre como será a avaliação. 

Após a finalização do curso torna-se interessante que o tutor faça suas considerações a cerca do processo fazendo agradecimentos e orientando sobre certificados e outras questões que possam ter ficado pendentes. Abraços!

Enfrentando seus medos!

A primeira experiência a gente nunca esquece! Olá colegas para falar de minha primeira experiência como tutora, assim como todos os demais colaboradores desse Blog de Autoria, é superinteressante devido a percepção de como crescemos como profissional e como pessoa até o momento desse relato. Me senti exatamente como retrata esse vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=PkkObzJmrzk. O que fazer diante de uma turma que tem seus olhares e expectativas diante de você? E quais são as dúvidas? E como será a turma? E como será cada participante? E vão realizar as atividades sugeridas? Um monte de expectativas que tanto eu como tutora quanto os participantes se enchem de ansiedade para viver tudo isso. Ai depois da primeira turma a gente percebe que a experiência é tudo. Todas essas  indagações desaparecem e já na segunda participação como Tutora é um relax só. As dúvidas, ansiedades, medos dão lugar a experiência. Ainda bem que nada aconteceu de extraordinário nesse momento ímpar de iniciação a Tutoria. Apenas ficaram as amizades e um ponto a mais no trabalho realizado nessa modalidade. Abraços.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

MINHA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COMO TUTORA

MINHA  PRIMEIRA EXPERIÊNCIA  COMO TUTORA

Iniciei minha primeira experiência como tutora, pela UFC Virtual em 2007 com uma turma de Canindé. Nesse momento era pelo SÓCRATES, senti muitas dificuldades, mas fui muito ajudada pela equipe de apoio do presente momento. Reconheço que a situação virtual era bem mais aquém do que a atual.

Era um momento em que a tecnologia utilizada, ainda deixava muito a desejar. Era bem mais difícil o contato com os cursistas, devido ao problema de sinal da internet na cidade. O nosso contato maior era através de celular, quando precisávamos com maior urgência, só assim conseguíamos. O encontro presencial acontecia por nossa conta, ou seja tudo era bem mais difícil, mas com todos esses transtornos assim mesmo acontecia.
Com essa primeira experiência aprendi bastante, não só virtualmente, como também pedagogicamente.
A turma foi marcante, a duração foi de 01 ano. Era uma turma de Pós Graduação em Gestão Escolar.
Espero ter contribuído com alguma das experiências aqui citadas.
Se alguém quiser mais detalhes para esclarecer algo, é só contatar comigo aqui.
Abraços virtuais.
Sandra Araújo

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O tempo e o espaço na EAD

Devo confessar que ainda estou aprendendo a lidar com o tempo e o espaço na Educação a distância. As vezes perco muito tempo respondendo ao fórum, pois vejo todas as postagens todos os dias, e respondo nesse tempo. Neste último fórum que acompanhei, já aprendi a responder duas postagens com um comentário, cintando no início o nome dos dois alunos - por exemplo.

Procuro também mandar mensagem para os alunos, quase todos os dias, e mais ainda no fim de semana, para ficar próximo deles virtualmente. Pergunto como vão os estudos, o que estão fazendo, desejo mil e uma coisa..., e tenho recebido respostas respostas (ainda tímidas, mas tenho).

Nesse sentido de receber respostas deles, estou acreditando que tenho que me fazer acessível e mostrar humildade para com eles, para que eles se sintam a vontade para dizer o que sentem, fazem, pensam... etc.

Bem, estas são as minhas aprendizagens de tutora em primeiro semestre. Tenho muita coisa para aprender, e essa formação é só o início.
Um abraço virtual aos colegas - veteranos e iniciantes.
M@ria.

domingo, 9 de junho de 2013

Relembrando a Dialogicidade Freiriana e usando-a na EAD



Paulo Reglus Neves Freire (1921 - 1997) educador brasileiro afirmava que à Educação Libertadora cabia questionar concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, visando a uma transformação.
 No trabalho com a alfabetização de adultos os conteúdos chamados de “Temas Geradores” eram retirados da vida prática dos alunos e explorados nos “grupos de discussão”. Sua Educação Problematizadora ou Educação Popular influenciou expressivamente sindicatos e organizações de movimentos populares em diversos países do mundo.
Em sua pedagogia Paulo Freire adotava o conceito de diálogo como sendo um instrumento de libertação do indivíduo. A dialogicidade freiriana é composta por 5 elementos (amor, humildade, fé nos homens, esperança e um pensar crítico) que se aplicam muito bem à educação a distância.
Numa prática pedagógica onde a interação física/real entre educador e educando não ocorre frequentemente é preciso ter outro elemento para substituí-la. Neste caso a afetividade/o amor entre esses atores.
Se na educação à distância o foco é o estudante, o tutor não deve se sentir superior ao aluno. Não deve subestimá-lo. Ao contrário deve estar preparado para ouvi-lo e orientá-lo. Daí a importância do elemento humildade.
Ao trabalhar com adultos Freire pôde praticar sua fé nos homens, pois todo saber do cotidiano era aproveitado e valorizado. Em EAD também é preciso acreditar no potencial que cada aluno carrega.
O aluno da EAD deve ser movido por uma força que o impulsiona para frente numa busca constante. Essa força é a esperança. Esperança em aprender sempre algo novo, em ser aprovado em uma disciplina, em poder concluir com êxito o curso, etc.
Assim como os alunos de Freire, nossos alunos também devem ser estimulados a questionar sempre a realidade a sua volta para só assim desenvolver um pensar crítico. É importante nunca perder a capacidade de se indignar e assim buscar a transformação do que está posto. Tudo isso começa na EAD com a reflexão do aluno sobre o seu próprio aprendizado.
Colocando em prática cada um desses elementos sugeridos por Paulo Freire, professores e alunos não só da educação à distância como de qualquer outra modalidade de ensino, poderão desenvolver relações dialógicas que se tornarão em interações significativas para ambos.