segunda-feira, 20 de maio de 2013

Idade mídia numa medievalidade das relações de trabalho com EaD.

José Maclecio de Sousa
Desculpem-me o tom, a dor, o desabafo, mas é que perpassar pelo resumo de tese de Mil e Fidalgo - http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/HJPB-55Y9MT?show=full - foi como desnudar o corte cirurgico por qual passamos enquanto trabalhadores da educação.
(Vi)vemos uma alucinação labirintíca na mudança espaço-temporal que tratam os autores. Ora sendo conduzidos pela linearidade por quase toda uma vida. Hora de entrada, tempo de saída. Começo, meio e fim. Ora, ambiente virtual 24 h sem fim.  Nem antes, nem depois, agora como se fosse em qualquer outro momento. Onde ficamos? Não ficamos? O que ficou? Ainda em movimento.
Fosse isso, tudo bem! Para pessoas irriquietas como eu, é um golpe acertado na monotonia, monogamia da monofônica educação escolar.
Mas, daí que de outro lado, o golpe não atinge o epicentro dessa mornação.
Correm os vilões da educação, motivando o morrer de um modelo, mascarando-se noutros, fazendo novas vilanias. 
É desta que me incomoda profundamente, a dos que produzem como demanda institucional a emergência do modelo EaD sem nos garantir permanências necessárias para a produção coletiva de modelos diferenciados de nos educarmos.
Ensaiamos em parte, assim, uma idade mídia sem necessariamente nos emanciparmos das monarquias tirânicas que muitas vezes nos aparenta tornarmos servos em detrimento da nossa capacidade e necessidade histórica de sermos livres.
Por enquanto, me sinto meio que assim Hobin Hood da EaD, transgredindo e relutando, roubando para sermos roubados, soltando flechas, alcançando avanços significativos pelo menos nas escalas micro que nos compete. Quem sabe um dia, tempos de luzes, tempos modernos, tempos líquidos, tempo de fato. Espaço e tempo de fato nossos em nossas idades coleti-mídias.

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