Quanto mais leio Paulo Freire
(1987), mas reconheço a necessidade de nos aproximarmos das suas teorias,
principalmente quando estamos falando de Educação a Distância. Sabemos que essa
modalidade de ensino vem ganhando significativo espaço no meio educativo para
atender as diversificadas demandas da nossa atual sociedade. Nesse sentido,
torna-se relevante a discussão provocada por Freire (1987) no que diz respeito
às categorias: “amor”, “humildade”, “fé nos homens”, “esperança” e “pensar
crítico” como mediadoras para o diálogo.
Para Freire (1987), o amor é o
fundamento para o diálogo, pois para ele: “o amor é compromisso com os homens.
Onde quer que estejam estes, oprimidos, o ato de amor está em comprometer-se
com sua causa”. Acho muito significativo pensar a educação como um ato de amor,
porém, temos que estar atentos, pois, segundo Freire (1987) educar “é um ato
político”.
A segunda categoria:
“humildade” caminha lado a lado com o “amor”. Como seria o saber agir com amor
se não houvesse a humildade? Amor e humildade são duas palavras que são, ou
pelo menos deveria ser, trabalhados pelo tutor em sua prática docente, seja na
postura (na interatividade com os estudantes) e nas metodologias (uso de
recursos que provoquem reflexão como poesias, vídeos, etc.).
Para o diálogo, há também que
se fazer valer a categoria: “fé nos homens”, ou seja, “fé no seu poder de fazer
e de refazer. De criar e recriar. Fé na sua vocação de ser mais, que não é
privilégio de alguns eleitos, mas direito dos homens.” Freire (1987). No
contexto da Ead, ter fé é ir além do que se acredita ser possível. É explorar
terrenos ainda desconhecidos. É acreditar no seu potencial e, sobretudo no dos
estudantes.
Freire (1987) enfatiza ainda
que para haver o dialoga é preciso termos “esperança”, uma vez que a luta do
oprimido deve ser motivada e acompanhada pela esperança. Mas, “esperar não é
cruzar os braços” como indaga o autor, e sim esperar com o sentido de que as
conquistas irão ser alcançadas quando nos organizamos para um fim comum.
Para fechar o conjunto de
categorias que promovem o diálogo, Freire (1987) ainda destaca a categoria
“pensar crítico”, que para ele: “não há diálogo verdadeiro se não há nos seus
sujeitos um pensar verdadeiro. Pensar crítico”. Esse talvez seja um ponto
significativo que merece atenção visto que a Ead atende uma demanda de
diversificadas ciências da qual chamo atenção para as ciências das tecnologias,
as exatas e os cursos de formação para o mercado do trabalho que, em muitos os
casos, se distanciam desses princípios.
Aleksandra, você já vivenciou alguma situação na tutoria em que pudesse observar esses princípios freireanos?
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